CONTRATEMPOS NATURAIS?
*Enoque Alves Rodrigues
Muitas vezes somos surpreendidos por contratempos naturais da vida que em virtude da incidência com que eles se sucedem já deveríamos estar acostumados a com eles convivermos até pelo fato de que suas consequências pouco ou quase nada dependem de nós. Pouco teríamos a fazer para que eles não existissem. Como fatores naturais de nosso cotidiano eles estão intrinsecamente vinculados á nossa vida do mesmo jeito que o ar que utilizamos para respirar.
Para tanto devemos ter o cuidado de filtra-los a fim de que não venhamos a atribuir ou debitarmos na contabilidade dos contratempos naturais, contratempos causados por nossa própria negligência, imprevidência ou insensatez e que são de inteira responsabilidade nossa por que a nós unicamente caberia tomar as ações inerentes que os teriam evitado. Sejamos, portanto, coerentes: A César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Nada, além disso.
Mas, estamos realmente preparados para identificar estes contratempos ao ponto de definirmos, com clareza, o que nos foi trazido por circunstâncias naturais da vida daqueles que fomos nós os seus principais causadores e responsáveis?
Estaríamos prontos o suficiente para assumirmos as consequências dos nossos próprios atos e assim corrigi-los? Ou para empurra-los para debaixo do tapete por que o nosso orgulho e vaidades não nos permitem errar?
Nem é preciso raciocinar muito para podermos afirmar com certa convicção que em quase 90% das vezes a interrogação final prevalece e se sobrepõem á anterior. É muito mais fácil fugirmos dos problemas mesmo aqueles diretamente causados por nós que abraça-los no intuito de resolvê-los. Atribuir a consequência dos nossos atos falhos aos acontecimentos corriqueiros da vida é mais simples. Jogar nas “costas de Deus” ás irresponsabilidades oriundas de nosso orgulho e vaidades de pueris de araque, maldosos e mal-intencionados, na vã tentativa de justificarmos falhas eventuais é mais confortável. Também pudera. Quem foi que mandou Alguém um dia nos “dotar de toda essa perfeição?”, afinal, não temos culpa das “imperfeições de Deus!”.
Pois é!
Chega a ser risível, não obstante a seriedade do assunto, mas, corem-se de vergonha por que é exatamente assim que nós nos comportamos. E não me venha você dizer que é diferente. Não importa há quanto tempo você esteja tentando se corrigir ou a longevidade em que você se encontra seguindo á Doutrina Espírita ou qualquer outra religião. O que você certamente irá conseguir dentro destes princípios, na prática do bem, é se “adestrar”, sim, não só os animais, mas nós também somos adestráveis, no sentido de errar menos. Desse jeito, aceitando os nossos erros e suas consequências, podemos corrigi-los com imparcialidade, humildade e amor e seguirmos adiante rumo á Luz que emana do Coração Imaculado do Cristo, Nosso Irmão Maior, filhos que somos de um mesmo Pai, Misericordioso, Perfeito, Justo e Bom, Ao Qual, carinhosamente ou sempre que a nossa barriguinha dói, chamamos de Deus. Este sim é O “Cara” e o resto... Bem, se somos filhos de Deus, nunca seremos o resto de nada, mas o principio o meio e o fim de tudo.
Cair e levantar, acertar e errar, submergir e emergir quantas vezes se fizerem necessárias fazem parte da vida que levamos na terra. Não temos motivos para nos envergonharmos de nossas falhas, quedas e tropeços. Logo não temos por que deixar de assumi-las. Como filhos de Deus que queremos ser estamos todos aqui no mesmo barco, irmanados pelo bônus e virtudes dos acertos, mas também pelo ônus das mesmas virtudes dos desacertos, sem fracassos.
Deus, como O Pai zeloso que é conhece-nos o intimo. Ninguém melhor que o pai para conhecer as fraquezas do filho. Se assim não fosse, como é que Deus nos perdoaria?
Então, meu chapa... O que é que você está esperando?
Pare de querer enganar Deus! Quem você pensa que é?
Mais atitude e menos falácias. Vá á luta e seja feliz.
E tenho dito.
*Enoque Alves Rodrigues é Espírita.