CARRANCA NEGATIVA? FUJA DISSO!!!

CARRANCA NEGATIVA? FUJA DISSO!

*Enoque Alves Rodrigues

Quantas vezes nos vimos diante de algum problema aparentemente insolúvel e ai ao invés de buscarmos dentro de nós potencialidades que muitas vezes ignoramos possuirmos, por que é natural do espirito em aprendizado neste planeta se subestimar, fechamos a cara e rangemos os dentes como se isso fosse tudo que tínhamos a fazer para a completa resolução do mal que aflige.

Comportando-nos qual criança malcriada em calundu frente às pequeninas adversidades dos pais abrimos nossas defesas e nos colocamos em condições vulneráveis que se tornam por obstar as mais simples e comezinhas possibilidades que se não mudarmos a tempo a nossa maneira de ver, agir e pensar acabarão por se transformar em barreiras intransponíveis, e ai sim é que teremos mesmo motivos para fechar a cara, espernear e reclamar da vida. Aliás, a maioria de nós não foi feita para encarar os problemas de frente sem reclamar ou, sem ao menos, procurar um culpado de costas grossas, preferencialmente, em cujo lombo, discreta e sorrateiramente, atirar parte do nosso fardo na esperança de que ele o carregue para nós e o pior, de que assim estaremos sendo espertos ao tentarmos enganar a quem nos atribuiu tal carga. Enquanto peregrinarmos por este planeta de expiações e provas que é a terra, nos comportaremos, quase sempre, como crianças grandes mal-intencionadas por que nós mesmos não nos preocupamos em nos amadurecer como adultos procurando retirar de cada dia as experiências nele existentes que certamente poderiam solidificar o nosso caminho tornando nossa trajetória mais simples e prazerosa.

Toda vez que deixamos de tratar adequadamente todo e qualquer problema, fugindo, covardemente, da busca frenética da solução que quase sempre se encontra no bojo do próprio problema atrasamos a nossa permanência na terra. Sim, grande parte dos problemas traz consigo sua solução. Na gangorra da vida de crianças grandes nos contentamos e nos divertimos com a mecânica do sobe e desce como se aqui estivéssemos em veraneio ou em um parque de diversões. Ao pulamos uma etapa na vida deixamos de crescer e evoluir. Como a vida não dá saltos, assim como sabemos ser implacável a ordem natural das coisas entramos no diapasão de darmos um passo para frente e dois para trás para retomar aquilo que pulamos ou para consertar algo que nossa imprevidência e desleixo fingiram olvidar em alguma curva do nosso passado. Soma-se a isto a agravante de que quase sempre quando retornamos para estas correções ou acertos de conta com o nosso passado é quando estamos velhos e cansados da jornada, ou seja, exatamente quando já devíamos estar preparados para fruirmos de uma velhice amparada e de certa forma conscientes de que a qualquer momento seremos conduzidos pela morte ao mundo maior de onde viemos para que nos meçam os bônus que conseguimos adquirir na terra e nos preparem, se for o caso, para um novo reencarne.

Enquanto não levarmos a vida a sério, sem carranca ou frustrações descabidas, reencarnaremos quantas vezes se fizerem necessárias até quitarmos, um dia, com o nosso pretérito. Não nos esqueçamos de uma coisa: a reencarnação é mesmo uma dádiva e uma grande oportunidade que o Ser Supremo concede aos espíritos que realmente necessitam deste concurso. Mas, que bom seria se um dia não tivéssemos mais a necessidade de reencarnar! Você já pensou nisso? Portanto, reencarnar é quando o espirito ainda não conseguiu cumprir com todas as tarefas que lhes foram designadas. Dessa forma, não ter necessidade de uma nova encarnação é quando o espírito zeloso, fiel e determinado cumpriu com todas as suas obrigações que recebeu de seus superiores antes de para cá ser enviado. Desse jeito está inteiramente quitado para com o débito e totalmente preparado para alçar voos mais longos no auxilio dos necessitados em outras paragens ou, quem sabe, aqui mesmo na terra, só que fora da condição de encarnado por que arrastar, durante toda a eternidade, essa carcaça pesada, malcheirosa e cheia de maldades para com o próximo, convenhamos, ninguém merece!

E tenho dito.

*Enoque Alves Rodrigues é espírita.