FÉ, CORAGEM E EQUILIBRIO.

 

*Enoque Alves Rodrigues

A situação de incredulidade, desânimo e exaltação por que passa, atualmente, o nosso amado e querido País é algo que jamais vimos. Com 63 anos de idade não me lembro de ter vivenciado uma crise moral institucionalizada dessa magnitude. A cada pena que se puxa, vem uma galinha. Todos os dias, ininterruptamente, o Cidadão de bem é surpreendido por avalanches de malfeitos promovidos por figurões da República a quem caberia zelar pelos interesses da Pátria e de seus filhos, que, aturdidos e indefesos, a tudo assistem, envergonhados, passivamente.

Bombardeado por escândalos, o Brasileiro de espírito puro que tem por premissa preservar intacta a honra e incolumidade moral, por vezes se vê diante de dúvidas cruéis, e, quando menos se espera, constata desolado, que sua fé, coragem e equilíbrio se encontram na corda bamba, ou seja, na mesma vala comum dos porcalhões que para lá tentam empurrá-lo, aliás, os mesmos porcalhões constituídos dos mais sórdidos e mesquinhos sentimentos, que nenhum compromisso tem com quaisquer virtudes senão a de salvar a própria pele em detrimento do bem comum.

Separar o joio do trigo é preciso. Para isto é necessário que tenhamos equilíbrio. Nem tudo está perdido. Acreditar na solidez dos princípios morais e Cristãos que recebemos de nossa Doutrina é fé. Seguirmos adiante sem temor algum, com a convicção plena de que estamos trilhando pelos caminhos aos quais nossos Superiores do Mundo Maior nos designaram, é coragem. Piedade aos porcalhões é o que devemos pedir sempre ao Governador Supremo do Universo. Mas, não sejamos hipócritas: a cada um será dado segundo a sua obra. É o que diz a Bíblia. Isto é infalível. Deixemos, então, que cada um exerça na atual encarnação o seu livre arbítrio da melhor maneira que lhes aprouver e que depois suportem com o mínimo de galhardia o peso de suas consequências.

Deus é amor, bondade e justiça. Ninguém escapa aos olhos de Deus que como Pai zeloso, conhece as nossas necessidades, fraquezas e virtudes e nos concede liberdade para errarmos e acertamos, mas, principalmente, para que aprendamos com os nossos erros e acertos a fim de que possamos crescer e progredir em cada encarnação em busca da pureza que teremos um dia.

Não nos fragilizemos, portanto, diante dos mares de lama que estão á nossa frente. Eles não estão ali por nós ou para nós, por que, nós, ataláias e vigilantes do bem, não os trouxemos para lá. Quem os criou que neles chafurdem. Não temos nada a ver com isso. Somos Brasileiros e amamos o Brasil acima de tudo. Amamos também os espertalhões, claro, mas deles queremos distância. Um dia, certamente, antes de chegarem ás camadas superiores habitadas por espíritos puros, muito longe das vibrações negativas da Terra, onde ninguém manda “papel” para alguém tentar se safar das Leis Implacáveis que regem o Universo, eles saberão que para se combater o bom combate e vencer é preciso seguir pelos caminhos espinhosos e estreitos, de dificuldades da vida, evitando os seus atalhos traiçoeiros de fúteis e vãs facilidades.

Pensem nisso e sejam felizes!

E tenho dito.

*Enoque Alves Rodrigues é espírita.