PROVAÇÃO ALGUMA ESTÁ ACIMA DE NOSSAS FORÇAS

PROVAÇÃO ALGUMA ESTÁ ACIMA DE NOSSAS FORÇAS

*Enoque Alves Rodrigues

Na semana passada escrevi sobre a estatura de cada um de nós diante dos erros que cometemos a qual tem e deve se encontrar sempre acima dos próprios erros. Enfatizei, que por mais graves que sejam as nossas falhas elas jamais deverão se sobrepor a nossa capacidade de corrigi-las a fim de que possamos delas subtrair a devida lição e seguirmos em frente rumo á perfeição e evolução que nos são reservadas.

Hoje pretendo falar sobre as dificuldades, obstáculos e provações que da mesma forma que os nossos erros, não podem e nem devem superar a nossa força, dedicação e capacidade de vencê-las, até por que O Grande Arquiteto do Universo, justo e bom, jamais nos daria uma prova ou nos colocaria ás costas uma carga além de nossas resistências. Até nisso Deus é perfeito, pois, conhecendo as nossas fraquezas e limitações prepara para nós uma carga compatível com elas. Não fosse assim, e não resistiríamos a mais tênue subida. Mesmo assim, imperfeitos que ainda somos, lamentamos quando achamos que O Criador não deveria, mesmo, é colocar nada em nossas costas, por que “não viemos aqui para sofrer!”.

Exatamente por essas imperfeições, arraigadas que se encontram em nossa personalidade, e por nos encontrarmos ainda em uma fase de evolução muito primitiva, é que não achamos no momento certo das provações, o antídoto eficaz ás suas resiliências que são a nossa capacidade de assimilarmos, nos ajustarmos e resistirmos a elas tenazmente, procurando, dentro do possível, encará-las de frente e com alguma naturalidade, tirando delas, também, todas as virtudes que irão potencializar o nosso crescimento. Mas, ao invés disso, melindrosos que somos, sentimo-nos vitimas de nossas próprias circunstâncias, e, indignados, abrimos o bocão no mundo proferindo reclamações aos quatro cantos como se essa reação desequilibrada e infantil fosse a mais apropriada e indicada para nos tirar a corda do pescoço. No afã de nos vermos livres o quanto antes das provas que só servem para nos engrandecer, enquanto seres materiais e Espirituais fazemos qualquer negócio, até mesmo nos comportando de maneira risível ou ridícula como se desse jeito os problemas fugissem de nós.

Por mais pequeninos que nos julgamos ser, jamais existirão problemas ou obstáculos maiores que a nossa estatura ou força motriz de dominá-los. Não existem provas acima de nossas capacidades de competir e vencê-las. Para cada ação existe uma reação, não é assim? Pois bem, isso tem que ser trazido para o mesmo campo de batalha aonde se digladiam todas as forças, provas, obstáculos e problemas versus solução e empenho. Assim sendo, em uma equação aritmética simples devemos ter, obrigatoriamente, para cada problema, uma solução, não inferior ou igual, mas infinitamente superior a ele. Caso contrário, é batalha perdida onde o chorar na pia é o melhor remédio.

Incansavelmente, esse reles escriba e genérico de escritor, tem dito desde que se atreveu a por a cara a tapa, ao escrever sobre coisas e temas que muitos não gostariam de ler, pelo impacto que certas colocações propositadamente colocadas em linguajar simples que por vezes beira o tosco, possam provocar, que a maioria dos problemas, barreiras ou dificuldades são causadas por nós mesmos no exercício pleno de nosso livre arbítrio e imprevidências ou até mesmo pela falta de um melhor planejamento do primeiro passo antes de nos jogarmos nos braços da plateia. Não estou aqui falando das provações inevitáveis ás quais todos nós estamos afetos. Mas daquelas que teríamos todas as condições para evitar. A vida é simples, somos nós que a tornamos difícil. Tudo, absolutamente, tudo que vem de Deus tem em seu bojo a simplicidade necessária a que necessitamos para decifrar.

Entretanto, por sermos complicadinhos, queremos aperfeiçoar cada vez mais aquilo que Deus fez e nos entregou redondo. É ai que a coisa entorna, pois, na busca de uma perfeição ainda utópica, nos achamos como merecedores do melhor e, sem fazer muita força, ou respeitar o tempo ou ordem natural das coisas, em nome de uma melhor qualidade de vida ou “status quo”, saímos á campo a tudo querendo devorar. Compramos por comprar. Adquirimos trecos que nem mesmo se vivêssemos cem anos conseguiríamos utilizar. Desnecessário repetir que 52% do que grande parte da humanidade compra é supérflua, ou seja, não necessita para viver. Viveria muito bem sem. Esquecemo-nos de que tudo tem seu preço, e que o bem estar que tanto almejamos poderá, em fração de segundos, se transformarem em um tremendo mal estar ou dor de cabeça. E, ai? O que acontece? Preciso responder?

Tá bom. Vamos lá, mais uma vez!

Sim. É isso mesmo.

Você deu com os burros n’água e agora atribui seu desajuste ás provações a que chamamos naturais ou inevitáveis da vida. Isso não tem nada a ver. Você precisa saber distinguir provações naturais e inevitáveis de consequências, senão, meu nego, assim não vale. E o pior, na disfarçada tentativa de ocultar suas próprias consequências ao invés de tirar delas o devido proveito e experiência, você ainda tem a coragem de debitar os seus insucessos na conta do Criador, como se fosse Ele o culpado de você ter os olhões maiores que a cara.

A Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus, também aqui se aplica.

E tenho dito.

Pensem nisso e sejam felizes!

*Enoque Alves Rodrigues é Espírita.