NEM TODOS OS CAMINHOS LEVAM A DEUS
*Enoque Alves Rodrigues
Atualmente vários acontecimentos insólitos assolam a humanidade no processo evolutivo. A mente do homem já não consegue mais assimilar as voltas que o mundo dá e, a maneira que vai se avançando na vida, se afasta cada vez mais de Deus. O ofuscamento natural do discernimento não o permite ver com clareza que caminho seguir e quando menos se espera se encontra a beira do precipício.
É possível que os tempos atuais sejam os mesmos que há mais de dois mil anos levaram as Hostes Celestes a se reunirem, quando decidiram pela vinda do Cristo a terra para, com os Seus exemplos, colocar ordem na bagunça. O espírito Emmanuel, em seu livro “A caminho da Luz”, psicografado pelo baluarte do espiritismo Brasileiro Francisco Cândido Xavier, faz um breve relato de como se processaram essas reuniões nas camadas superiores próximas ao Orbe Terrestre e quais foram ás missões do Cristo. Traçar, aqui, uma analogia do momento de hoje com o que antecedeu a vinda de Jesus seria desnecessário. Os caminhos tortuosos pelos quais nos enveredamos sequer propiciam quaisquer comparações. Os atuais vendilhões do templo, que, picados pelo vírus da corrupção, roubam bilhões em benefício próprio em detrimento dos pobres, não podem, de forma alguma, ser comparados com os vendilhões do templo expulsos por Jesus. Tornam-se risíveis quaisquer paralelos. Errado hoje é todo aquele que persevera no bem. O homem “inteligente” escarnece do seu semelhante por que não conseguiu, como ele, o sucesso fácil em sua vida financeira, pois preferiu persistir na verdade. Ser bem-sucedido hoje, na maioria das vezes, significa ser esperto e, nesse diapasão, quem pode mais chora menos.
Há quarenta anos quando eu ainda enquadrava a bunda nos bancos escolares ouvia dos professores que a única forma de se dar bem na vida pelo trabalho. Que quanto mais você se dedicasse aos estudos, mais próximo estaria do sucesso. Enfatizavam-se ali, valores, que ainda hoje são incutidos na mente em formação, mas, mesmo assim, infelizmente, a coisa não engrena. Por que será?
Nascemos puros, é verdade. No ventre materno assemelhamo-nos aos anjos em níveis de pureza, mas, ao nosso primeiro contato com as vibrações terrestres, e ele se dá no momento em que choramos ao recebermos a palmadinha no bumbum, iniciam-se ali batalhas árduas e ferozes dos recém encarnados, com as correntes negativas do mundo de expiações, cujas dificuldades servirão para moldar-lhes o caráter na busca insistente do bem ou, então, leva-los á bancarrota, tragados que são pelo desespero, quando se utilizam de atalhos fáceis na vã tentativa de fugirem das provas que teriam de encarar em prol da própria evolução e crescimento espiritual rumo ao Mundo Maior. O que são os espertalhões de hoje senão criaturas de Deus que naufragaram moralmente ao se utilizarem da gama infinita de atalhos traiçoeiros da vida na solução de seus próprios problemas?
Pensem nisso e sejam felizes!
E tenho dito.
*Enoque Alves Rodrigues é espírita.